segunda-feira, 29 de setembro de 2014

“Anjos: companheiros no dia a dia” Monsenhor Jonas Abib


Não estamos sozinhos na oração 

A Bíblia nos conta no livro do profeta Isaías: “No ano da morte do rei Ozias, eu vi o Senhor sentado num trono muito elevado; as franjas de seu manto enchiam o templo. Os serafins se mantinham junto dele. Cada um deles tinha seis asas; com um par (de asas) velavam a face; com outro cobriam os pés; e, com o terceiro, voavam. Suas vozes se revezavam e diziam: Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória! A este brado as portas estremeceram em seus gonzos e a casa, encheu-se de fumo” (Is 6, 1-4).
Isaías tem essa visão celeste do trono de Deus e dos serafins que estavam cantando. A oração deles é esta: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos, a terra inteira está repleta de sua glória”. É missão dos anjos orar, proclamar, louvar e adorar a Deus. Portanto, onde existem pessoas orando e louvando a Deus, de modo especial em comunidade, os anjos vêm, porque o grande desejo deles é que aconteça o “assim na terra como no céu”.
O céu é um contínuo orar: louvores, adoração, proclamando o Senhor. Os serafins desejam que, na terra, aconteça aquilo que é próprio do céu. Quando existe alguém rezando na terra, eles vêm em revoada para orar e cantar conosco e elevar a nossa oração ao Pai. Oramos em nossa fragilidade, mas, por estarmos orando, os anjos completam o que nos falta e nos ligam ao céu.
Nunca rezamos sozinhos! Principalmente quando o fazemos em comunidade, os anjos vêm em grande quantidade para rezar conosco. Em nossa limitação, nem sempre sabemos como, por quem ou por qual situação devemos orar porque nos falta visão espiritual. Por enxergarem além do que é humano, os anjos são capacitados para acrescentar o que falta às nossas preces. Quando nossa comunidade se reúne em oração, o céu e a terra se unem diante do Senhor.
fundadorEm sua Carta aos Efésios, São Paulo, diz: “Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares” (Ef 6, 10-12).
O que foi dito aqui não tem o objetivo induzi-lo a ver o demônio em tudo, mas também não podemos esconder a verdade, pois do contrário seríamos ingênuos. Os demônios estão por todos os lados, como os micróbios, que estão nos ares, na poeira do chão e na água. Nosso organismo adquire defesa contra eles, por isso não os percebemos; mas eles estão por aí e quando conseguem nos atingir ficamos doentes.
Da mesma forma, os espíritos malignos estão espalhados por todos os lados, mas também não sejamos tão ingênuos em pensar que eles são fortes como Deus. O poder de Deus é infinitamente superior ao deles. Mas, assim como os micróbios fazem um grande mal ao nosso organismo, da mesma forma não podemos deixar de dizer que os demônios, embora, minúsculos em comparação com Deus, fazem um grande estrago em nossa vida.
Os demônios são realmente como micróbios que se agarram a nós e às situações de pecado que vivemos. Podem ser aos pecados que vivemos antes da nossa conversão e dos quais fomos perdoados; contudo talvez haja espíritos maus agarrados ainda a eles. Pior ainda: há também espíritos malignos escondidos, vivendo nos pecados atuais que cometemos com os olhos, com a imaginação, com nossos julgamentos, rancores, impaciência, raiva, ciumes, inveja, sensualidade…
Toda a situação do pecado é ambiente propício para que os espíritos malignos atuem, como micróbios, e façam um enorme estrago em nossa vida, atingindo a nós e aos que estão ao nosso redor. Não brinquemos em serviço! Assim como quando deixamos água parada no fundo do quintal, em vasos, ou mesmo quando deixamos resto de lixo, a casa se infesta de micróbios, se deixamos situações de pecados não confessadas, dos quais ainda não nos arrependemos, portanto, sem estarmos ainda inteiramente libertos deles, os demônios têm motivos para se agarrar a eles e infestar e infectar nossa vida.

Texto extraído do livro: “Anjos: companheiros no dia a dia” Monsenhor Jonas Abib

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