terça-feira, 30 de setembro de 2014

Mensagem - Prof.Felipe Aquino

A sabedoria do silenciar

Até os insensatos quando se calam passam por sábios
Sócrates, o sábio filósofo grego, dizia que a eloquência é, muitas vezes, uma maneira de exaltar falsamente o que é pequeno e de diminuir o que é, de fato, grande. A palavra pode ser mal-usada, mascarada e empregada para a dissimulação. É por isso que os sábios sempre ensinaram que só devemos falar alguma coisa “quando as nossas palavras forem mais valiosas que o nosso silêncio”. A razão é simples: nossas palavras têm poder para construir ou para destruir. Elas podem gerar a paz, a concórdia, o conforto, o consolo, mas podem também gerar ódio, ressentimento, angústia, tristeza e muito mais. “Mesmo o estulto, quando se cala, passa por sábio, por inteligente, aquele que fecha os lábios” (Pr 17,28).

O silêncio é valioso, sobretudo quando estamos em uma situação difícil, quando é preciso mais ouvir do que falar, mais pensar do que agir, mais meditar do que correr. Tanto a palavra quanto o silêncio revelam o nosso ser, a nossa alma, aquilo que vai dentro de nós. Jesus disse que “a boca fala daquilo que está cheio o coração” (cf. Lc 6,45). Basta conversar por alguns minutos com uma pessoa que podemos conhecer o seu interior revelado em suas palavras; daí a importância de saber ouvir o outro com paciência para poder conhecer de verdade a sua alma. Sem isso, corremos o risco de rotular rapidamente a pessoa com adjetivos negativos.
Sabemos que as palavras são mais poderosas que os canhões; elas provocam revoluções, conversões e muitas outras mudanças. A Bíblia, muitas vezes, chama a nossa atenção para a força das nossas palavras. “Quem é atento à palavra encontra a felicidade” (Eclo 16,20). “O coração do sábio faz sua boca sensata, e seus lábios ricos em experiência” (Eclo 16, 23). “O homem pervertido semeia discórdias, e o difamador divide os amigos” (Eclo 16,28). “A alegria de um homem está na resposta de sua boca, que bom é uma resposta oportuna!” (Pr 15,23).
Quanta discórdia existe nas famílias e nas comunidades por causa da fofoca, das calúnias, injúrias, maledicências! É preciso aprender que quando errarmos por nossas palavras, quando elas ferirem injustamente o irmão, teremos de ter a coragem sagrada de ir até ele pedir perdão. Jesus ensina que seremos julgados por nossas palavras: “Eu vos digo: no dia do juízo os homens prestarão contas de toda palavra vã que tiverem proferido. É por tuas palavras que serás justificado ou condenado” (Mt 12, 36).
Nossas palavras devem sempre ser “boas”, isto é, sempre gerar o bem-estar, a edificação da alma, o consolo do coração; a correção necessária com caridade. Se não for assim, é melhor se calar. São Paulo tem um ensinamento preciso sobre quando e como usar a preciosidade desse dom que Deus nos deu que é a palavra: “Nenhuma palavra má saia da vossa boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e benfazeja aos que ouvem” (Ef 4, 29).
Erramos muito com nossas palavras; mas por quê?
Em primeiro lugar porque somos orgulhosos, queremos logo “ter a palavra” na frente dos outros; mal entendemos o problema ou o assunto e já queremos dar “a nossa opinião”, que muitas vezes é vazia, insensata, porque imatura, irrefletida. Outras vezes, erramos porque as pronunciamos com o “sangue quente”; quando a alma está agitada. Nesta hora, a grandeza de alma está em se calar, em conter a fúria, em dominar o ego ferido e buscar a fortaleza no silêncio.
Fale com sinceridade, reaja com bom senso e sem exaltação e sem raiva e expresse sua opinião com cautela, depois que entender bem o que está em discussão. Muitas vezes, nos debates, estamos cansados de ver tanta gente falando e poucos dispostos a ouvir. Os grandes homens são aqueles que abrem a boca quando os outros já não têm mais o que dizer. Mas, para isso, é preciso muito exercício de vontade; é preciso da graça de Deus porque a nossa natureza sozinha não se contém.
Deus nos fala no silêncio, quando a agitação da alma cessou; quando a brisa suave substitui a tempestade; quando a Sua palavra cala fundo na nossa alma; porque ela é “eficaz e capaz de discernir os pensamentos de nosso coração” (cf Hb 4,12).






Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com


Deus nos ama tanto que quer nos comunicar tudo de si



Deus nos ama tanto que quer nos comunicar tudo de si

O mês de outubro é o mês das missões! Mês que somos convidados a refletir sobre o nosso papel como Igreja e assumir a missão de anunciadores da Boa Nova com mais empenho. Nossa maior missão, como batizados, é evangelizar! Que possamos atender ao chamado que o Senhor faz a cada um de nós levando a fé e a esperança com nossas palavras e ações a nossos irmãos.

Confira na íntegra a entrevista que o Bispo da Diocese de Lorena (SP), Dom João Müller, frade franciscano, concedeu à Revista Canção Nova sobre este chamado.

Revista CN - Mês de outubro, mês das missões, estimulado ainda mais pelo Papa Francisco, por toda sua postura missionária, e pelo Documento de Aparecida, o que é ser missionário?

Dom João - Este mês de outubro é o mês missionário porque a Igreja resolveu dar destaque aos Padroeiros das Missões, em particular, a Santa Teresinha do Menino Jesus, que morreu cedo, com 23 anos. Uma carmelita que entendeu que deveria se consagrar, por inspiração de Deus, à contemplação. E na contemplação, levou uma vida de amor profundo e intercessão por todos os missionários espalhados pelo mundo. As missões, nós podemos falar em missões, porque Deus se revelou missionário. Deus é o primeiro grande missionário. Hoje admiramos muito nosso Papa Francisco. João Paulo II começou esse "ir pelo mundo", Paulo VI teve algumas rápidas atividades missionárias, Bento XVI também teve seu empenho nesse sentido e, hoje, o nosso Papa Francisco anda por regiões inusitadas e de grandes conflitos. Mas quem primeiro fez a grande saída e fez de si algo diferente por causa do amor, do bem querer e por causa da mensagem que tinha de levar, foi nosso Deus. Nosso Deus, desde a criação, acompanhou o ser humano e, de maneira muito particular, em Jesus, pois Cristo foi enviado pelo Pai para nós. Por quê? Por causa do amor. Deus nos ama tanto que quer nos comunicar tudo de si e nos falar.

A Campanha da Fraternidade deste ano foi sobre o tráfico humano. Podemos ligar isso ao tema missionário no sentido de procurarmos ver o empenho nosso como cristãos a partir do Evangelho e da missão de Jesus na libertação do ser humano. Então o primeiro ponto que fica é a própria acolhida da presença de Deus em Cristo, do jeito que Ele se revelou a nós: um grande ato de libertação. Quando o ser humano acolhe o amor de Deus ele se sente livre em si, acolhido e pleno. Eu diria que, quando o ser humano se encontra na sua identidade profunda, sempre se encontra como filho de Deus, amado, amante e livre.

A primeira grande experiência, que é necessária para que o ser humano seja um instrumento de libertação, é poder ser alguém livre. Jesus foi extremamente livre, infinita e incondicionalmente livre. E amado pelo Pai, no amor do Pai, nos amou plenamente, porque Ele é um com o Pai. Ele se empenhou para que, por intermédio do corpo, das obras e da fala d'Ele, o grande desejo do Pai de amor chegasse a todas pessoas. Eu creio que, a partir disso, se entende a nossa grande missão evangelizadora – libertadora com toda a Igreja, com grandes figuras como nossos últimos Papas e o Papa atual – de sermos instrumentos para a restauração da dignidade do ser humano.

Neste ano, temos refletido sobre o trabalho escravo, o tráfico de pessoas e de órgãos humanos, a prostituição e assim por diante. Nós somos chamados pela Igreja, em nome do Cristo – a Igreja sempre está a serviço de Cristo – a ser instrumentos de restauração do ser humano por intermédio de nossas obras sociais e do nosso empenho comunitário, para que possamos levar aquela vida desejada por Deus para todos os seres humanos e, em particular, àqueles que são mais escravizados por essas situações.

Revista CN - O fiel já está executando bem o contexto "discípulo missionário" ou ainda separa um do outro?

Dom João - Não tem como os separar, pois, para ser missionária, a pessoa tem que ser discípula e a pessoa que é discípula, necessariamente, é missionária. Não tem como ser só discípula e não tem como ser só missionária. O missionário deve ser discípulo, pois o discípulo vem antes do missionário. E para seguir você tem que colocar os olhos no Senhor, você deve mergulhar na sua profundidade, você tem que entrar em sintonia com a interioridade do Nosso Senhor e ali encontrar o Deus Trindade: todo o amor revelado por Deus na pessoa do Cristo e animado pelo Espírito Santo. Desse modo você se deixa embalar por este jeito de viver, vai se sentir encantado e se empenhar para fazer tudo o que for necessário para ser um instrumento, como Jesus o foi, às pessoas. Um instrumento para levar a Boa Nova e fazer as obras necessárias, as atitudes necessárias, em benefício dos outros, para que todos tenham a vida desejada por Deus.

Por essa razão, não tem como separar o ser discípulo do ser missionário; e o nosso Papa hoje, como que corrigindo o Documento de Aparecida, ligou as duas palavras tirando a conjugação “e”: “discípulo missionário”, porque as duas se completam, uma chama à outra!

Revista CN - Ainda há muitos cristãos que entendem missionário só como aquele que vai para África ou que vai trabalhar com os índios?

Dom João - Sim, a essa missão chamamos de missão "ad gentes", missão em direção a alguém, a outros povos, se bem que hoje nós entendemos missão "ad gentes" como uma missão também aqui do Brasil. Como alguém de nós, aqui da nossa Diocese de Lorena(SP), por exemplo, ir para a região amazônica, onde temos povos que ainda não ouviram a Palavra de Deus. Conheço a região de Iquitos, região de Requena, conhecida como Amazônia peruana, na qual existem algumas missões e podemos chamá-las de missões "ad gentes" por isso.

A Igreja incentiva e promove encontros para missionários que se dispõem a ir a outros povos, com outras culturas. No Brasil, temos hoje mais missões em Angola, Moçambique, no Timor Leste, exatamente por causa da língua portuguesa. Temos uma grande presença missionária no Haiti, depois do grande terremoto (de 2010, quando morreram 240 mil pessoas neste país). Eu diria que a Igreja é carente ainda desta missão que é direcionada a outros povos, aos quais a Palavra de Deus está começando a ser anunciada ou onde a Igreja ainda não tem uma estrutura, onde a Igreja não tem forças para caminhar com suas próprias pernas, com as próprias forças, porque não tem vocações autóctones, isto é, que nasceram ali.

Isso é algo próprio da Igreja, pois desde o início ela foi assim por intermédio do apóstolo Pedro e também de Paulo. Pedro foi ao encontro dos pagãos e depois Paulo fez o mesmo. O apóstolo dos gentios foi o grande missionário que caminhou ao encontro dos gregos e foi até Roma, onde foi decapitado. Pedro também chegou até Roma. Esses apóstolos são grandes luminares de que a Igreja nasceu indo ao encontro dos povos e, talvez indo mais à fonte, o próprio Cristo que saiu do território da Palestina, de Israel, quando foi ao encontro da Síria ou da Fenícia e encontrou aquela mulher que suplicou para Ele interceder pela filha. Jesus falou: “Eu vim mais por meus filhos” e ela: “os cachorrinhos também comem das migalhinhas que caem”. Percebemos que o Cristo ultrapassou as fronteiras da própria terra para levar a Palavra de Deus. A Igreja conclama e reza para que mais pessoas, jovens, pessoas consagradas, leigas, possam se dispor a ir ao encontro dos nossos irmãos e irmãs que ainda não conhecem a Palavra de Deus ou, se a conhecem, conhecem muito pouco.

Revista CN - Também existe a missão mais próxima que pode ser vivida pelas pessoas no dia a dia? O senhor citou lugares distantes, mas mesmo aqui na Diocese de Lorena (SP), que não é tão grande, existem alguns lugares com dificuldade até de acesso e que precisam também de uma missão.

Dom João - Sim, a nossa diocese é necessitada de missões e eu estou muito preocupado com isso. Eu gosto de usar as expressões do Papa com os meus padres e com os nossos leigos, eu lhes digo assim: "A Igreja nasceu de saída, pois Deus saiu de si para vir ao nosso encontro". Temos nas nossas 14 cidades, mais especificamente nas periferias, muitas famílias e bairros que ainda não conhecem, eu diria, o rosto do padre ou dos catequistas, pois ainda temos dificuldades de visitar todo o mundo.

Além disso, como muito bem você citou, nós temos nossas roças, regiões mais distantes, os interiores; mesmo nas periferias de Lorena, na região do Vale Histórico, há regiões com acesso dificultado. Há padres que pegam de duas a três conduções para chegar a esses locais. Vão com o carro da paróquia, depois pegam um Jipe e, por fim, vão a cavalo para poder chegar a algumas famílias e comunidades. Sei que um padre de Arapeí (SP) fez uma missão em que ele chegou a um lugar muito íngreme e sem acesso a uma senhora de 84 anos, que não havia sido batizada, mas se mantinha cristã pela prática da vida. Ela fazia orações que a avó dela havia ensinado, mas não tinha o batismo. Porém, vivia uma vida evangélica, algo muito bonito. Eu me sinto desafiado, junto com toda a Igreja: nós precisamos nos abrir a tudo isso, nós precisamos sair, sair mais. E não só os padres, mas nós padres e os leigos, pois é nossa missão ir ao encontro das pessoas, das que não ouviram a Palavra de Deus.

Eu, como bispo, me encanto muito com algumas práticas, muitas maneiras de viver e até maneiras de falar do nosso povo, de nossa diocese. A forma como cantam, como rezam, como adoram. O jeito como algumas pessoas vêm receber a Eucaristia. Isso, para mim, é um anúncio, um ser anúncio para o outro por intermédio do seu corpo, pois todo corpo onde habita a presença de Deus transmite isso, pois ele está pleno da presença de Deus. Nossa Senhora, quando foi visitar Isabel, não precisou dizer grandes coisas, pois o fato de estar grávida, habitada pelo Filho do Altíssimo, este se comunicou nela a João Batista e João acordou Isabel mostrando-lhe: “É o teu Senhor que veio te visitar”. Da mesma forma, nós precisamos levar Nosso Senhor com nosso corpo, com nossa união com Cristo a todas as pessoas.

Revista CN - As redes sociais e os meios de comunicação também precisam ser alcançados pelas missões?

Dom João - Eu diria que as redes sociais, em especial as católicas, não têm sentido de existir se não for para evangelizar. Elas precisam evangelizar e perscrutar o coração do ser humano e a cultura na qual ele vive, para que elas possam ter a mensagem certa para as pessoas de hoje. Por exemplo, a finalidade da Canção Nova é formar homens novos para o mundo novo; o que significa estar atualizado e atento ao jeito que o ser humano hoje acolhe a Palavra de Deus.

Entendo que precisamos usar os meios de comunicação. Jesus usou meios de comunicação! Não tinha microfone, mas os milagres que Ele fazia, a forma como Ele caminhava, tudo isso criava impacto. Ele não tinha um jeito uniforme de estar no mundo, entrava em uma casa, sentava-se com pecadores e senhoras que não tinham uma fama boa de vida. Sentava-se com os discípulos e ia passear com eles para lhes revelar algo mais intenso. Subia a montanha para ter uma revelação maior, ajoelhava-se e suava sangue com os discípulos dormindo. Jesus inventou mil maneiras de se comunicar e os meios de comunicação são necessários, são chamados pela Igreja e devem ser veículos privilegiados e especializados em comunicação, porque, com a ajuda desses meios, atingimos muitas pessoas.

Existem muitas pessoas que nos ouvem e nos assistem pela rádio, web e TV, e aprendem a rezar com esses meios de comunicação. Pois cada pessoa, a cada dia, está com uma sensibilidade diferente e nós precisamos nos manter ativos e reverentes à mensagem de Cristo; o Espírito Santo saberá o momento certo em que as pessoas se darão conta disso, que vão se abrir, acolher a mensagem. Precisamos continuar e sempre buscar descobrir maneiras novas de transmitir a Palavra.

Revista CN – Outubro também é o mês do rosário, da festa da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida. Dê-nos uma palavra sobre essa devoção mariana.

Dom João - Quem tem devoção a Nossa Senhora nunca vai mal. Maria Santíssima é um "garante" diante de Deus a todos aqueles que se confiam a ela. Por intermédio do santo rosário nós fazemos reverência, demonstramos admiração e carinho por Maria Santíssima. Nós queremos levar esse carinho e essa devoção a Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Nossa Senhora, desde sempre, é a grande intercessora. Desde o início, quando ela falou para Jesus e particularmente para aqueles que estavam ao lado, naquele diálogo nas bodas de Caná: "Fazei tudo que Ele vos disser", eles obedeceram e o milagre aconteceu. Parece-me, então, que o rosário, rezar a Palavra de Deus, buscar a força em Nossa Senhora e nos confiarmos a ela são exatamente tentativas de obedecermos a Nosso Senhor, pois Nossa Senhora é uma grande intercessora.

Nossa Senhora do Rosário tem muito a ver com a Batalha de Lepanto (Grécia), quando a Igreja, para poder se libertar dos turcos, fez uma grande oração e entendeu que foi graças à intercessão de Nossa Senhora que alcançaram a vitória. Estamos aqui nas proximidades de Aparecida (SP), muitas pessoas visitam este santuário, muitas se agarram à Mãe para poder chegar ao Pai. A Mãezinha do céu, Nossa Senhora Aparecida, grande intercessora, nos faz alcançar as graças do Senhor. Deus Pai quer se servir dela e quer que nós nos sirvamos de Maria Santíssima, nossa Mãe, fazendo uso desse jeito humano que nós temos, fazendo-nos filhos e filhas diante da figura da Mãe.

Rezo a Nossa Senhora para que ela interceda por todos os que nos leem e deixo um conselho que um dia eu ouvi do meu pai: "Quem reza a Nossa Senhora nunca vai mal na vida, pois ela cuida, ela é Mãe".


Dom João Inácio Müller
Bispo da Diocese de Lorena (SP)

Sorrindo pra Vida com Padre Arlon Cristian

Um coração dividido não é inteiro a ninguém

A Palavra meditada, hoje, está em São Mateus 6,24-34:

"Assim como a criança depende da mãe para sobreviver, somos dependentes do Pai, pois Ele cuida de nós", afirma padre Arlon


Neste último dia do mês da Bíblia, pensemos como está nossa intimidade com a Palavra de Deus. Será que a Sagrada Escritura, em nossas casas, tem servido apenas como amuleto? Que a Bíblia seja a voz do Senhor para nós e luz para nosso caminho!

Ninguém pode ter o coração dividido. Um coração que se divide não consegue ser inteiro a ninguém. Não tem como amar a Deus e amar ao mundo. A ganância é o início de muitos pecados. Muitos têm se vendido por causa do dinheiro, do ter, do poder.

Atrelar-nos às coisas do mundo nos proporciona uma alegria passageira. Não troquemos minutos de prazer pela vida eterna com Deus. Ninguém consegue servir a dois senhores, sempre amaremos mais a um do que ao outro.

Jesus nos diz que, se Deus cuida da natureza, cuida também de nós. O Senhor nos revela algo muito importante: nos convida a confiarmos n'Ele e a sermos dependentes d'Ele. Não quer dizer que devamos ser acomodados e ficar de braços cruzados, jogando sobre o Senhor o peso da responsabilidade de nossa vida, mas sim que precisamos confiar somente n’Ele.

Dentro da Comunidade Canção Nova esta Palavra está em nossos princípios de vida, em nosso dia a dia. Deus cuida de nós, Deus cuida da Comunidade Canção Nova há 36 anos. Vivemos diariamente a dependência de Deus. Depender do Senhor faz com que O busquemos constantemente. Assim como a criança depende da mãe para sobreviver, somos dependentes do Pai, pois Ele cuida de nós.

Numa família onde há amor e diálogo, mesmo quando a criança não recebe o que pede aos seus pais, ela compreende e diz a si mesma: "Meu pai me ama, mas não pode me dar o que eu lhe pedi". Quantos de nós queremos viver como adolescentes que não querem ouvir os ensinamentos dos pais.

Quando decidimos fazer as coisas por nós mesmos, damos ao povo o nosso humano e não a Deus. A providência não está ligada somente aos bens materiais. Uma doença pode ser uma providência, pois o "baque" da enfermidade nos faz refletir, crescer e voltar para Deus. A providência de um colo, de um amigo, de uma carona, tudo é providência. O Senhor usa das pessoas para nos atender.

No fim dos tempos, quando começarmos a viver as perseguições, vamos ter que depender apenas de Deus. É preciso colocar nossos joelhos no chão e rezar, confiando em que o Senhor vai providenciar o que necessitamos. Somos pessoas de Deus e precisamos confiar n’Ele.

Perguntemos a Deus Pai o que Ele quer de nós. Quando algo é de Deus, Ele nos move em direção aos Seus desígnios. Deixemos o Senhor guiar nossa vida. Depender do Altíssimo não é deixar de sofrer, mas nos aproximar ainda mais d‘Ele e nos abandonar a Seus cuidados. Se hoje não conseguirmos depender de Deus também não conseguiremos depender d’Ele nas provações.

Quantos pais passam a vida trabalhando porque precisam deixar algo material para os filhos, e muitas vezes, não deixam o maior bem a eles, que é sua presença, seu carinho, suas instruções. Não basta amar, é preciso demonstrar esse amor.

Qual é a providência que precisamos viver no dia de hoje? Peçamos essa graça a Deus, Ele nos dará forças e nos sustentará. Quantas pessoas têm ajudado a Canção Nova com seu trabalho, suas orações, seu tempo, seu dinheiro. A providência vem por intermédio das pequenas coisas. Partilhe!


 








Padre Arlon Cristian
Sacerdote da Comunidade Canção Nova

FORMAÇÃO - Afetividade e sexualidade / Afetividade feminina / FEMINILIDADE


Mentiras que parecem verdade

Podemos passar uma vida inteira criando ciladas para nós mesmas e nos escondendo atrás de mentiras que parecem verdades
Um sentimento de inferioridade diante dos outros, a incapacidade de decidir e fazer escolhas diante das circunstâncias da vida, o isolamento, a depressão, o mau humor constante, os sentimentos de culpa, a falta de perspectiva diante do futuro, o desânimo, a irritabilidade frequente, a agressividade contra si mesma e contra os outros, a perda de interesse e de alegria, a ausência de autoestima e do sentido da vida… Esses são alguns dos sinais de que algo não vai bem conosco. São sinais concretos de que, em algum momento ao longo do nosso caminho, nos perdemos de nós mesmas, por essa razão, nos sentimos frágeis, pequenas e incapazes de encontrar nosso lugar no mundo e de dar um novo rumo para nossa história, diante da qual sempre temos a tendência a nos colocar no papel de vítimas.
Se conseguimos identificar que vivemos algumas destas situações descritas acima, é sinal de que estamos vivendo uma mentira existencial. Seja por traumas vividos no passado, seja por dificuldade de lidar com as situações do presente, em algum momento saímos da rota, negamos nossa consciência e, sem perceber, abrimos mão da responsabilidade que temos sobre nossa própria vida. Começamos a mentir, negando e anulando o nosso próprio “eu” para nos esconder atrás de sintomas que podemos carregar por muito tempo. Podemos passar uma vida inteira criando ciladas para nós mesmas e nos escondendo atrás de “falsas verdades”.
Com a psicologia aprendemos que “neurose” é uma mentira esquecida na qual acreditamos e da qual precisamos nos libertar, senão viveremos sempre como agentes passivos e nunca autores de nossa própria história. Precisamos nos reconciliar com a verdade da nossa existência e tomar as rédeas da nossa vida nas mãos; e o meio mais eficaz de nos livrarmos destas mentiras é a confissão. Não apenas a confissão sacramental, como também o ato de contar a nossa própria história para nós mesmas, para alguém e para Deus.
Nossa vida é uma narrativa, que deve ser escrita por nós sob a luz do Espírito Santo, a quem devemos recorrer sempre para que Ele nos dê a graça de conhecermos a verdade sobre nós mesmas.
Deus é maior do que qualquer circunstância que tenha nos acontecido e maior que qualquer mentira que um dia alguém possa ter nos contado. Jesus quer sempre nos guiar pelo caminho da verdade, contudo, precisamos ter a coragem de contar nossa própria história, coragem para fazer as pazes com o nosso passado e para deixar o orgulho de lado e permitir que caiam nossas máscaras uma após a outra.
Precisamos, sim, reconhecer nossas misérias e nossas fraquezas, nos perdoar e perdoar a quem nos feriu, sabendo e assumindo que Deus é maior que tudo e que nos ama a despeito de tudo.
Como tão bem nos ensina Santo Agostinho, o melhor método para saber a verdade acerca de si mesmo é o exame de consciência e a confissão. Narrar nossa própria história com suas alegrias e tristezas, com suas conquistas e adversidades, buscando em cada fato e em cada acontecimento o verdadeiro sentido para a nossa existência.
Esta deveria ser uma prática diária em nossa vida, pois se não fizermos isso teremos uma grande tendência a nos perder de nós mesmas ao longo do caminho; muitas vezes, chegamos a ponto de não saber mais quem somos, já não nos reconhecemos mais. Então passamos a agir como “personagens” enrolados em nossa própria trama existencial. Chega um momento em que precisamos deixar cair as “escamas dos olhos” e deixarmos, enfim, de nos sentir vítimas do que nos aconteceu para assumirmos a responsabilidade por nossa própria vida.
Se nos sentimos traídas quando alguém mente para nós, como podemos então suportar passar anos da nossa vida traindo a nós mesmas e à nossa consciência mais profunda? Com a ajuda de Deus e com um firme propósito diante de nós mesmas podemos mudar isso.
A verdade passa necessariamente pelo confessionário e é o Espírito Santo de Deus quem nos conduz sempre de volta a nós mesmas, de volta à casa do Pai. Existe um saber dentro de cada uma de nós, uma intuição que vem do coração e ali é onde se encontra a verdade. Isso devemos buscar todos os dias, com coragem e muita sinceridade no coração, um encontro profundo com nossa alma.
Se você se sente perdida e não sabe por onde começar, peça ao Espírito de Deus que Ele lhe dê o dom da sabedoria e que Ele a ilumine e a guie neste caminho rumo ao seu interior. Sentir-se perdida já é um começo, é um sinal de que, por mais que você ainda não saiba qual é a verdade acerca de si mesma, já sabe ao menos quais são as mentiras. Temos do nosso lado um Deus que é amor infinito e infinita misericórdia.
A Ele devemos confessar todas estas mentiras e deixar que Seu Espírito de amor se revele a nós e nos conte a verdade escondida por trás de tantas mentiras.


Judith Dipp
Formada em Psicologia, Judith foi cofundadora da Comunidade de Aliança Mãe da Ternura e voluntária num Centro de Atendimento e Aconselhamento para Mulheres ( Montgomery County Counselling and Carreer Center), em Washington, nos Estados Unidos. Atualmente, é psicóloga da Escola Internacional Everest, do Lar Antônia e da Congregação dos Seminaristas Redentoristas, todos com sede em Curitiba (PR), cidade onde reside.

Papa Francisco - Homilia



Evitar "lamentação teatral" e rezar por quem sofre, pede Papa.

Santo Padre falou da oração nos momentos de lamentação, recordando o sofrimento dos cristãos expulsos de suas casas por causa da fé
Papa explica que também existe oração nos momentos de lamentação
O lamento também se torna oração nos momentos sombrios, mas é preciso se guardar das “lamentações de teatro”, disse o Papa Francisco na Missa desta terça-feira, 30, na Casa Santa Marta. Ao falar de sofrimento, o Santo Padre recordou aqueles que vivem grandes tragédias, como os cristãos expulsos de suas casas por causa da fé, e reiterou a necessidade de rezar por eles.
O Pontífice concentrou sua homilia na Primeira Leitura, que mostra Jó amaldiçoando sua vida por ter perdido tudo. Diante dessa situação, Jó diz algumas palavras duras, que expressam a verdade do que ele está sentindo no momento. Essas lamentações podem parecer uma blasfêmia, mas, segundo o Papa, também constituem uma forma de oração.
“Jesus, quando se lamenta – ‘Pai, por que me abandonastes!’ – é uma blasfêmia? O mistério é este. Tantas vezes eu ouvi pessoas que estão vivendo situações difíceis, dolorosas, que perderam tanto ou se sentem sozinhas e abandonadas, e vêm se lamentar e fazem esta pergunta: ‘Por quê?’ Rebelam-se contra Deus. E eu digo: ‘Continue a rezar assim, porque também esta é uma oração’. Era uma oração quando Jesus disse ao seu Pai: ‘Por que me abandonastes!’”.
Da mesma forma, é uma oração a lamentação de Jó na Primeira Leitura, explicou o Papa Francisco, porque rezar é se tornar verdade diante de Deus. Jó rezou com a realidade, a verdadeira oração vem do coração, do momento que a pessoa vive, enfatizou. Esta é uma oração que surge nos momentos sombrios da vida, nos quais não há esperança.
“E tanta gente hoje está na situação de Jó. Tanta gente boa, como Jó, não entende o que aconteceu com elas, porque é assim. Tantos irmãos e irmãs que não têm esperança. Pensemos nas tragédias, nas grandes tragédias, por exemplo nestes nossos irmãos que, por serem cristãos, são expulsos de suas casas e ficam sem nada: ‘Mas, Senhor, eu acreditei em Ti. Por quê? Acreditar em Ti é uma maldição, Senhor?’”.
O Santo Padre também citou como exemplo os idosos deixados de lado, os doentes e pessoas sozinhas nos hospitais, lembrando que a Igreja toma para si esta dor e reza por eles. E muitas pessoas que não estão doentes, não passam fome nem têm necessidades importantes, quando passam por algum momento difícil, acreditam que são mártires e deixam de rezar.
Ainda há aqueles, segundo o Santo Padre, que ficam irritados com Deus e deixam de ir à Missa, e quando se pergunta o motivo de tal atitude, vê-se que é algo pequeno. Francisco mencionou o exemplo de Santa Teresinha do Menino Jesus, que, nos últimos dias de sua vida, ouvia dentro de si uma voz que lhe dizia que o “nada” a esperava. Mas ela não deixava de rezar.
“Tantas vezes passamos por esta situação, vivemos esta situação. E tanta gente que somente pensa em terminar no nada. E ela, Santa Teresinha, rezava e pedia força para seguir adiante, na escuridão. Isso se chama entrar em paciência. A nossa vida é muito fácil, as nossas lamentações são lamentações de teatro. Diante dessas lamentações de tanta gente, de tantos irmãos e irmãs que estão na escuridão, que quase perderam a esperança, que vivem aquele exílio de si mesmos, são nada! E Jesus fez este caminho: da noite no Monte das Oliveiras até a última palavra da Cruz: ‘Pai, por que me abandonastes!’”.
Sua Santidade indicou duas coisas que podem servir para nos auxiliar nos momentos de lamentação. A primeira é preparar-nos para esses momentos, preparar o coração. A segunda é rezar, como o faz a Igreja, pelos irmãos que sofrem com o exílio de si mesmos, no sofrimento e sem esperança. “É a oração da Igreja por estes ‘Jesus sofredores’ que estão em todos os lugares”.

Mensagem - Luzia Santiago

Alegremo-nos no Senhor

“Alegrai-vos sempre no Senhor! Repito, alegrai-vos!” (Fl 4,4).

A alegria do Senhor é força e dom do Espírito Santo, por isso deve ser anunciada na vida de todos.
Viver a esperança é fonte de alegria para nós, porque não estamos sozinhos. Temos um Deus amoroso, que olha e cuida de todas as nossas necessidades. Por isso, mesmo no sofrimento e em meio às lutas diárias, devemos nos alegrar no Senhor e jamais perder a esperança.
“Ser corajoso no sofrimento e pensar que depois vem o Senhor, depois vem a alegria, depois da escuridão chega o sol. Que o Senhor dê a todos nós esta esperança. E o sinal de que nós temos esta alegria na esperança é a paz” (Papa Francisco).
Rezemos: Vinde, Espírito Criador, a nossa alma visitai e enchei os corações com vossos dons celestiais.










Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago

Momento Certo = Kairós = Tempo de Deus



PAZ E BEM!!!

Deus não perdeu o controle de sua vida, entregue seu caminho o seu barco a ELE e confie.
Não desista da vida, tudo é possível ao que crê.


Padre Marcelo Rossi
Momento Certo = Kairós = Tempo de Deus!!!

Mensagem - Ricardo Sá

De onde vem este sentimento de desorientação?

Se você tiver o cuidado de fazer sempre o que é “o mais importante”, pode ter a certeza de que estará continuamente e cada vez mais próximo de realizar um bem em tudo o que fizer!
O grande problema é que vivemos como que perdidos em meio a uma série de atividades que, muitas vezes, não têm importância alguma ou não são o resultado do que somos nem daquilo em que acreditamos.
De forma que corremos o risco de fazer de nossas vidas uma grande perda de tempo!
O que eu faço precisa ser uma extensão de quem sou! Faça a lista agora!







Seu irmão,
Ricardo Sá
Com carinho e orações,

Mensagem do Dia - Monsenhor Jonas Abib


Humildade de Maria, antíodoto contra o orgulho 

“Quem é esta que avança como aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como exército em ordem de batalha?” (Cânticos 6,10)

Maria sempre foi casta, humilde e simples. Foi a humildade dela que atraiu os olhos de Deus sobre ela. Você sabe o que expulsou Lúcifer do céu? O orgulho dele. O pecado de Lúcifer foi o orgulho, a soberba, porque ele queria se igualar ao Senhor. Todo pecado veio ao mundo por causa de satanás. E nós sabemos que, para todo veneno, é preciso um antiveneno para combatê-lo. Nesse mundo tomado pelo orgulho, a humildade de Nossa Senhora é esse antiveneno. O Filho de Maria veio ao mundo para nos salvar do orgulho, da vaidade e da soberba. Veja o quanto Jesus teve de se humilhar!
Nós podemos dizer que Maria e Jesus formaram uma dupla maravilhosa. Primeiro, Maria, que se fez humilde e obediente; depois, Jesus, que foi obediente até a morte de cruz para salvar a humanidade. Dos dois veio a nossa salvação. Deus deu a Nossa Senhora, a mais humilde das criaturas, a tarefa de nos resgatar e salvar juntamente com Jesus. Não tenhamos medo de assumi-la agora como Mãe!






Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib

Fundador da Comunidade Canção Nova

FORMAÇÃO - Igreja / Santos / PALAVRA DE DEUS



São Jerônimo e as traduções da Bíblia

O Papa Dâmaso confiou a São Jerônimo a incumbência de revisar uma antiga tradução dos quatro Evangelhos em latim.
Jerônimo foi uma personalidade célebre de seu tempo. Sua capacidade intelectual é demonstrada pela vasta quantidade de textos escritos e traduzidos por ele. Com absoluta certeza seu trabalho mais conhecido é a Vulgata, ou seja, uma versão da Bíblia em latim. Histórias antigas, quando recontadas com frequência, terminam por receber novos elementos que, por vezes, acrescentam, abreviam ou modificam a história original. Por ser este o mês da Bíblia resolvemos abordar a questão da Vulgata, juntamente com todo o trabalho realizado por São Jerônimo ao traduzi-la.
Ordenado sacerdote em 379 d.C., São Jerônimo acompanhou o Bispo Paulino a um concílio regional em Roma. Nesse tempo foi apresentado ao Papa Dâmaso como um exegeta e profundo conhecedor das línguas bíblicas. Por causa da clareza de suas ideias e grande conhecimento, o Pontífice o escolheu para ser seu secretário e, em 382 d.C., confiou-lhe a incumbência de revisar uma antiga tradução dos quatro Evangelhos em latim. Ele concluiu este trabalho antes da morte do Papa Dâmaso (11/12/384) e acrescentou também uma versão dos salmos, traduzida do texto grego, que ficou conhecida como Septuaginta.
Expulso de Roma em 385, São Jerônimo se deslocou para Belém na Terra Santa, onde teve contato com a versão hebraica do Antigo Testamento, especialmente com um livro que apresentava lado a lado, de forma comparativa, os diferentes textos do Antigo Testamento nas línguas disponíveis naquele tempo.
Este santo e doutor da Igreja se interessou pelo texto em hebraico e iniciou uma nova revisão, de cunho pessoal, em sua tradução dos salmos, por meio da qual comparava o texto hebraico e grego para depois escrevê-lo em latim. Esta versão dos salmos ficou conhecida como Galicana porque foi usada amplamente na Igreja da França (Galia em latim). Com o sucesso dessa tradução ele começou a traduzir todo o Antigo Testamento, mas, a partir desse momento, não utilizava mais a versão grega e, sim, a hebraica. Este enorme trabalho prolongou-se por 15 anos, do ano 390 a 405, incluindo uma nova tradução dos salmos feita somente do texto hebraico. Esta tradução do Antigo Testamento foi chamada por São Jerônimo de iuxta hebraeos (que significa “próximo aos hebreus” em português), a qual, somada aos textos do Novo Testamento, traduzidos para o latim, chamou-se Vulgata, isto é, em língua vulgar ou comum.
Ela [Vulgata] era a única versão oficial da Bíblia usada na Igreja até o ano 1.530, quando, devido ao povo não mais falar latim, iniciou-se o processo de tradução para as línguas modernas.
Durante a tradução Jerônimo deparou com passagens difíceis de serem compreendidas, por isso, logo após a conclusão desse trabalho, dedicou-se a escrever prefácios e comentários para os livros da Sagrada Escritura, além de responder às polêmicas teológicas existentes em seu tempo devido ao uso de textos mal traduzidos ou interpretações equivocadas.
Esse grande santo da Igreja morreu no ano 419 e não chegou a ver a Vulgata ser publicada; este fato só aconteceu quando foram reunidos todos os textos e escritos que ele havia traduzido. Importante lembrar que a Vulgata não foi imposta à Igreja, esse processo foi acontecendo à medida que se reconhecia que o texto traduzido por Jerônimo era mais exato e claro do que outras traduções livres disponíveis na época.
Progressivamente a Vulgata foi recebendo pequenas correções, por isso hoje este nome pode designar diversas versões oficiais em latim. Aquela que chamamos hoje de Vulgata foi publicada em 1.592 pelo Papa Clemente VIII, por isso também é conhecida como Vulgata Clementina.






Padre Antônio Xavier Batista, sacerdote na Comunidade Canção Nova ordenado em 16 de dezembro de 2007, é formado em Filosofia, Teologia e Mestre em Ciências Bíblicas e Arqueologia pela Pontifícia Universidade Antoniana (Studium Biblicum Franciscanum de Jerusalém).

Santo do Dia - 30.09.2014


São Jerônimo presbítero e doutor da Igreja

Neste último dia do mês da Bíblia, celebramos a memória do grande “tradutor e exegeta das Sagradas Escrituras”: São Jerônimo, presbítero e doutor da Igreja. Ele nasceu na Dalmácia em 340, e ficou conhecido como escritor, filósofo, teólogo, retórico, gramático, dialético, historiador, exegeta e doutor da Igreja. É de São Jerônimo a célebre frase: “Ignorar as Escrituras é ignorar a Cristo”.
Com posse da herança dos pais, foi realizar sua vocação de ardoroso estudioso em Roma. Estando na “Cidade Eterna”, Jerônimo aproveitou para visitar as Catacumbas, onde contemplava as capelas e se esforçava para decifrar os escritos nos túmulos dos mártires. Nessa cidade, ele teve um sonho que foi determinante para sua conversão: neste sonho, ele se apresentava como cristão e era repreendido pelo próprio Cristo por estar faltando com a verdade (pois ainda não havia abraçado as Sagradas Escrituras, mas somente escritos pagãos). No fim da permanência em Roma, ele foi batizado.
Após isso, iniciou os estudos teológicos e decidiu lançar-se numa peregrinação à Terra Santa, mas uma prolongada doença obrigou-o a permanecer em Antioquia. Enfastiado do mundo e desejoso de quietude e penitência, retirou-se para o deserto de Cálcida, com o propósito de seguir na vida eremítica. Ordenado sacerdote em 379, retirou-se para estudar, a fim de responder com a ajuda da literatura às necessidades da época. Tendo estudado as línguas originais para melhor compreender as Escrituras, Jerônimo pôde, a pedido do Papa Dâmaso, traduzir com precisão a Bíblia para o latim (língua oficial da Igreja na época). Esta tradução recebeu o nome de Vulgata. Assim, com alegria, dedicação sem igual e prazer se empenhou para enriquecer a Igreja universal.
Saiu de Roma e foi viver definitivamente em Belém no ano de 386, onde permaneceu como monge penitente e estudioso, continuando as traduções bíblicas, até falecer em 420, aos 30 de setembro com, praticamente, 80 anos de idade. A Igreja declarou-o padroeiro de todos os que se dedicam ao estudo da Bíblia e fixou o “Dia da Bíblia” no mês do seu aniversário de morte, ou ainda, dia da posse da grande promessa bíblica: a Vida Eterna.

São Jerônimo, rogai por nós!

Homilia Diária - 30.09.2014


O desejo de vingança paralisa a nossa vida

A Palavra do Mestre nos convida hoje a rever nossas atitudes, inclusive aquelas vinganças que nós alimentamos de forma mental dentro de nós.

“'Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?' Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os” (Lucas 9, 54).

Amados irmãos e irmãs, a Palavra de Deus que refletimos no dia de hoje mostra-nos Jesus a caminho de Jerusalém. Ele estava tomando a decisão de ir para a grande cidade onde Ele padeceria, morreria e, depois, ressuscitaria. Por isso, o Senhor mandou que Seus mensageiros fossem à frente d'Ele preparando o caminho. Para sair da Galileia e ir rumo à Judeia, onde está Jerusalém, se passava pela Samaria. Eles passariam por um povoado de samaritanos, onde o Senhor precisava se hospedar, mas os samaritanos não O receberam. E por que não O receberam? Porque Jesus deu a impressão, deu a perceber, que estava indo para Jerusalém.Por toda a oposição que havia entre samaritanos e judeus, a verdadeira inimizade, não quiseram acolher Jesus; com gesto de desprezo pelo fato de Jesus pisar na terra deles e depois ir para a terra dos judeus.Os discípulos, sobretudo Tiago e João, quiseram se vingar dessa atitude deles por não acolherem o Mestre: “Senhor, quer então que mandemos descer fogo do céu e destruir essa cidade?” De forma nenhuma Jesus permitiu aquela atitude de retaliação, de vingança, ou qualquer gesto parecido. É preferível seguir adiante, diz Jesus.Deixe-me dizer uma coisa a você: com a melhor das intenções que possamos ter, nós nem sempre seremos acolhidos, amados e aceitos do jeito que gostaríamos! Sim, muitas vezes, seremos mal recebidos mesmo quando levamos o bem. Nós, muitas vezes, levaremos o amor e receberemos a indiferença como resposta das pessoas. Porém, não cabe a nós nos vingarmos, retribuir com a mesma moeda, nos portarmos como os outros se portam conosco. Não respondamos da forma como eles respondem a nós.O cristão, o seguidor de Jesus, faz a diferença onde ele está presente, porque ele dá uma resposta diferente; ele não segue a onda, não segue o mal; não retribui com o mal o mal que fazem contra ele. Ao contrário, se ele não pode dar uma resposta positiva, a resposta negativa é que ele não dará!A Palavra do Mestre nos convida hoje a rever nossas atitudes, inclusive aquelas vinganças que nós alimentamos de forma mental dentro de nós. Aquele desejo que o outro se dê mal, que ele caia, que ele receba o troco por aquilo que fez ao outro. Não retribua o mal com o mal! Se você não pode ir abraçá-lo, porque muitas vezes isso pode parecer superficial, não retribua com a mesma moeda, siga o seu caminho.Nós, muitas vezes, estamos paralisados no tempo, parando a nossa própria vida, porque esperamos a hora de nos vingar ou de ver o mal acontecer ao outro. A nossa vida vai se arruinando, se autodestruindo, porque não seguimos adiante. Não mande fogo, nem queira que desça fogo do céu sobre ninguém! O único fogo que eu e você precisamos desejar é o fogo do Espírito Santo descendo em nós, queimando os ressentimentos, as mágoas, os rancores, dando-nos um novo impulso para seguirmos adiante.

Deus abençoe você!










Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

Liturgia Diária - 30.09.2014



Primeira Leitura (Jó 3,1-3.11-17.20-23)
Leitura do Livro de Jó.

1Jó abriu a boca e amaldiçoou o seu dia,2 dizendo: 3“Maldito o dia em que nasci e a noite em que fui concebido. 11Por que não morri desde o ventre materno, ou não expirei ao sair das entranhas? 12Por que me acolheu um regaço e uns seios me amamentaram? 13Estaria agora deitado e poderia descansar, dormiria e teria repouso, 14com os reis e ministros do país, que construíram para si sepulcros grandiosos; 15ou com os nobres, que amontoaram ouro e prata em seus palácios. 16Ou, então, enterrado como aborto, eu agora não existiria, como crianças que nem chegaram a ver a luz. 17Ali acaba o tumulto dos ímpios, ali repousam os que esgotaram as forças. 20Por que foi dado à luz um infeliz e vida àqueles que têm a alma amargurada? 21Eles desejam a morte que não vem e a buscam mais que um tesouro; 22eles se alegrariam por um túmulo e gozariam ao receberem sepultura. 23Por que, então, foi dado à luz o homem a quem seu próprio caminho está oculto, a quem Deus cercou de todos os lados?”

Responsório (Sl 87) 

— Chegue a minha oração até a vossa presença.
— Chegue a minha oração até a vossa presença.
— A vós clamo, Senhor, sem cessar, todo o dia, e de noite se eleva até vós meu gemido. Chegue a minha oração até a vossa presença, inclinai vosso ouvido a meu triste clamor!
— Saturada de males se encontra a minh’alma, minha vida chegou junto às portas da morte. Sou contado entre aqueles que descem à cova, toda gente me vê como um caso perdido!
— O meu leito já tenho no reino dos mortos, como um homem caído que jaz no sepulcro, de quem mesmo o Senhor se esqueceu para sempre e excluiu por completo de sua atenção.
— Ó Senhor, me pusestes na cova mais funda, nos locais tenebrosos da sombra da morte. Sobre mim cai o peso do vosso furor, vossas ondas enormes me cobrem, me afogam.

Evangelho (Lc 9,51-56) 

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
51Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém 52e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos, a fim de preparar hospedagem para Jesus. 53Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém. 54Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?” 55Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. 56E partiram para outro povoado.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

“Anjos: companheiros no dia a dia” Monsenhor Jonas Abib


Não estamos sozinhos na oração 

A Bíblia nos conta no livro do profeta Isaías: “No ano da morte do rei Ozias, eu vi o Senhor sentado num trono muito elevado; as franjas de seu manto enchiam o templo. Os serafins se mantinham junto dele. Cada um deles tinha seis asas; com um par (de asas) velavam a face; com outro cobriam os pés; e, com o terceiro, voavam. Suas vozes se revezavam e diziam: Santo, santo, santo é o Senhor Deus do universo! A terra inteira proclama a sua glória! A este brado as portas estremeceram em seus gonzos e a casa, encheu-se de fumo” (Is 6, 1-4).
Isaías tem essa visão celeste do trono de Deus e dos serafins que estavam cantando. A oração deles é esta: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos, a terra inteira está repleta de sua glória”. É missão dos anjos orar, proclamar, louvar e adorar a Deus. Portanto, onde existem pessoas orando e louvando a Deus, de modo especial em comunidade, os anjos vêm, porque o grande desejo deles é que aconteça o “assim na terra como no céu”.
O céu é um contínuo orar: louvores, adoração, proclamando o Senhor. Os serafins desejam que, na terra, aconteça aquilo que é próprio do céu. Quando existe alguém rezando na terra, eles vêm em revoada para orar e cantar conosco e elevar a nossa oração ao Pai. Oramos em nossa fragilidade, mas, por estarmos orando, os anjos completam o que nos falta e nos ligam ao céu.
Nunca rezamos sozinhos! Principalmente quando o fazemos em comunidade, os anjos vêm em grande quantidade para rezar conosco. Em nossa limitação, nem sempre sabemos como, por quem ou por qual situação devemos orar porque nos falta visão espiritual. Por enxergarem além do que é humano, os anjos são capacitados para acrescentar o que falta às nossas preces. Quando nossa comunidade se reúne em oração, o céu e a terra se unem diante do Senhor.
fundadorEm sua Carta aos Efésios, São Paulo, diz: “Finalmente, irmãos, fortalecei-vos no Senhor, pelo seu soberano poder. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir às ciladas do demônio. Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares” (Ef 6, 10-12).
O que foi dito aqui não tem o objetivo induzi-lo a ver o demônio em tudo, mas também não podemos esconder a verdade, pois do contrário seríamos ingênuos. Os demônios estão por todos os lados, como os micróbios, que estão nos ares, na poeira do chão e na água. Nosso organismo adquire defesa contra eles, por isso não os percebemos; mas eles estão por aí e quando conseguem nos atingir ficamos doentes.
Da mesma forma, os espíritos malignos estão espalhados por todos os lados, mas também não sejamos tão ingênuos em pensar que eles são fortes como Deus. O poder de Deus é infinitamente superior ao deles. Mas, assim como os micróbios fazem um grande mal ao nosso organismo, da mesma forma não podemos deixar de dizer que os demônios, embora, minúsculos em comparação com Deus, fazem um grande estrago em nossa vida.
Os demônios são realmente como micróbios que se agarram a nós e às situações de pecado que vivemos. Podem ser aos pecados que vivemos antes da nossa conversão e dos quais fomos perdoados; contudo talvez haja espíritos maus agarrados ainda a eles. Pior ainda: há também espíritos malignos escondidos, vivendo nos pecados atuais que cometemos com os olhos, com a imaginação, com nossos julgamentos, rancores, impaciência, raiva, ciumes, inveja, sensualidade…
Toda a situação do pecado é ambiente propício para que os espíritos malignos atuem, como micróbios, e façam um enorme estrago em nossa vida, atingindo a nós e aos que estão ao nosso redor. Não brinquemos em serviço! Assim como quando deixamos água parada no fundo do quintal, em vasos, ou mesmo quando deixamos resto de lixo, a casa se infesta de micróbios, se deixamos situações de pecados não confessadas, dos quais ainda não nos arrependemos, portanto, sem estarmos ainda inteiramente libertos deles, os demônios têm motivos para se agarrar a eles e infestar e infectar nossa vida.

Texto extraído do livro: “Anjos: companheiros no dia a dia” Monsenhor Jonas Abib

Sorrindo Pra Vida com Márcio Mendes


Para ser feliz ame o bem e ame a vida!

A Palavra meditada hoje está em Sabedoria 1,1-7:
"A felicidade depende muito mais do que trazemos no coração e nos pensamentos do que dos bens materiais que possuímos", afirma Márcio
Toda a autoridade vem de Deus, e a capacidade de governo é uma bênção quando é feita com justiça. Todos nós somos submissos a alguém de alguma maneira, e também exercemos alguma autoridade sobre alguém.
Para que nosso dia seja abençoado precisamos amar o que é certo e buscar a Deus em todas as situações. Ele se deixa encontrar por aqueles que não O colocam à prova, mas sim que confiam n'Ele. Quando a Palavra de Deus nos diz “ame o bem e ame a vida”, é um convite para termos os pensamentos do Senhor e sermos íntegros de coração.
A felicidade depende muito mais do que trazemos no coração e nos pensamentos do que dos bens materiais que possuímos. Se confiamos em Deus não importam as circunstâncias em que estamos vivendo, Ele se manifestará a nós. O Espírito Santo fala ao nosso coração e mostra que Deus está agindo em nosso favor.
Superar nossas fragilidades é ultrapassar as nossas quedas. Aquele que ama a Deus encontra no Espírito Santo a estabilidade que o mundo não dá.
Todo relacionamento é pautado na confiança e esta vem com a convivência. Viver a experiência do amor de Deus em nossa vida é confiar que Ele nos atenderá no tempo d'Ele. O sonho que o Senhor depositou em nosso coração, confiemos que Ele vai nos dar os meios de realizá-lo no tempo certo.
Muitos têm a concepção de que Deus é vingativo, uma “energia” que rege o mundo – o que é uma visão equivocada de quem realmente é o Senhor – por isso não conseguem confiar no Altíssimo. Amar é relacionar-se. Como conseguiremos amar a Deus se não experimentarmos o Seu amor?
Se quisermos saber corretamente quem é Deus deveremos ler a Bíblia. A Palavra de Deus revela quem Ele realmente é. O nosso relacionamento com o Senhor cresce à medida que O procuramos sem segundas intenções. Não tentemos a Deus! Aquele que diz: “Eu só acreditarei em Deus quando Ele me der provas de Sua existência” viverá nesta terra sem acreditar nem conhecer ao Pai.
O Senhor não se sujeita aos nossos caprichos, mas atende ao coração que se abandona à Sua vontade. Quando testamos o Senhor é porque temos medo de confiar nossos planos d'Ele. Entreguemos nossa vida ao Senhor e confiemos n'Ele para que o abatimento e cansaço passem. Existem pessoas que estão perto do Senhor, contudo não se encontram com Ele. O Senhor sempre vai nos amar e nunca vai nos abandonar, no entanto, muitos de nós estamos com Ele, mas, ao mesmo tempo, longe d’Ele em nosso coração.
Tomemos cuidado com aquilo que pensamos. Os bons pensamentos têm o mesmo poder dos bons exemplos. Se Deus nos der uma inspiração, que possamos agir com sabedoria. É com amor e insistência que ajudamos o outro a mudar seu pensamento. Nossos pensamentos precisam ser bons e verdadeiros. A verdade dita por meio de palavras é a maior força que pode existir na vida de qualquer pessoa.
Quando uma pessoa pensa e age para o bem, o Espírito Santo a ajuda a alcançar a meta. Não tenhamos dúvidas e pensemos com os pensamentos de Deus. Tenhamos pensamentos bons. Se vierem sobre nós pensamentos maus, peçamos o auxílio do Espírito Santo e Ele virá em nosso auxílio. Deus vai nos ajudar e nunca nos abandonará. Confiemos n’Ele.










Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova

Papa Francisco - Homilia / DEUS X SATANÁS





Papa destaca proteção dos anjos ao homem na luta contra o mal

Papa Francisco destacou que o demônio sempre quer destruir o homem, mas que os anjos defendem o ser humano nessa luta contra o mal
O Papa Francisco celebrou a Missa na Casa Santa Marta nesta segunda-feira, 29, destacando na homilia a luta dos anjos contra o mal. Segundo Francisco, satanás nos apresenta coisas como se fossem boas, mas sua intenção é destruir o homem. Os anjos, porém, defendem o homem nessa luta.
Francisco focou-se nessa reflexão no dia em que a Igreja celebra a festa dos Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. As leituras do dia apresentam imagens fortes, disse o Papa, como a visão da glória de Deus contada pelo profeta Daniel e a luta do arcanjo Miguel e seus anjos contra o diabo.
Em sua homilia o Santo Padre concentrou-se na luta que é travada entre o demônio e Deus, o que aconteceu depois que satanás tentou destruir a mulher que estava para dar à luz seu filho. E explicou que satanás sempre procura destruir o homem.
“Desde o início, a Bíblia nos fala disto: desta sedução de satanás para nos destruir. Talvez por inveja. Nós lemos no Salmo 8: ‘Tu fizeste o homem superior aos anjos’, e aquela inteligência tão grande do anjo não podia levar nos ombros esta humilhação, que uma criatura inferior fosse feita superior a ele; por isso procurava destruí-lo”.
O Pontífice destacou que os muitos projetos de desumanização do homem, exceto os próprios pecados, são obras de satanás, simplesmente porque ele odeia o homem. Citando o livro de Gênesis, o Papa recordou que satanás é astuto; apresenta as coisas como se fossem boas, no entanto, sua única intenção é a nossa destruição. E que o homem pode contar com o auxílio dos anjos.
“Os anjos nos defendem. Defendem o homem e defendem o Homem-Deus, o Homem superior, Jesus Cristo, que é a perfeição da humanidade. Por isso a Igreja honra os anjos, porque são aqueles que estarão na glória de Deus – estão na glória de Deus – porque defendem o grande mistério oculto de Deus, isto é, o Verbo que veio em carne”.
A tarefa do povo de Deus, segundo o Papa Francisco, é proteger em si o homem Jesus, porque é o homem que dá vida a todos os demais. Em vez disso, satanás inventa, em seus projetos de destruição, explicações humanistas que vão contra o homem, contra a humanidade de Deus.
A luta é uma realidade cotidiana na vida cristã, reconheceu o Pontífice, mas ele lembrou que Deus deu um ofício principal aos anjos: lutar e vencer. Francisco convidou os fiéis a rezarem aos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael para que continuem a lutar para defender o maior mistério da humanidade: o Verbo que se fez Homem, morreu e ressuscitou. “Este é o nosso tesouro. Rezemos para que eles continuem a lutar para protegê-lo”.

Mensagem - Luzia Santiago

A missão dos santos anjos 

“Cada pessoa tem a seu lado um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo na vida” (Catecismo da Igreja Católica n. 336).
Os anjos estão presentes na nossa vida com a missão de intervir em nosso favor e de anunciar Cristo a nós, como São Gabriel o fez ao visitar a Virgem Maria. Os arcanjos têm uma missão e o nome deles traz o significado da incumbência de cada um deles: São Miguel significa “Quem com Deus?”; Gabriel significa “Força de Deus”; e Rafael significa “Deus cura”.
“Não são todos os anjos espíritos ao serviço de Deus, que lhes confia missões para o bem daqueles que devem herdar a salvação?” (Hb 1,14).
Hoje peçamos a intercessão dos anjos e arcanjos para que nos protejam de todo o mal e nos conduzam ao caminho e à vontade do Senhor.
Rezemos ao longo deste dia: Santo anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se a ti me confiou a piedade divina, sempre me rege, me guarde, me governe e me ilumine. Amém.










Jesus, eu confio em Vós!
Luzia Santiago

Mensagem - Ricardo Sá

É hora de dizer 'não'

Quem segue seu caminho sem saber por onde não deve ir corre um enorme risco de se perder!
Um caminho é seguro não somente quando se sabe aonde ir, pois, caminhos errados nos levam longe demais... Pior ainda é quando não se tem consciência do que acontece.
Uma sugestão delicada: procure listar os "nãos" que devem ser ditos, aqueles que já deveriam ter sido falados, aqueles esquecidos e os mais sinceros.
Será uma atitude corajosa e inovadora!







Com carinho e orações!
Seu irmão,
Ricardo Sá

Momento Certo = Kairós = Tempo de Deus

 
PAZ E BEM!!!

A vida é um dos maiores presentes que recebemos de Deus.
Por isso, coloque a fé, a esperança, o amor e a compaixão no topo de sua lista de prioridades e seja feliz!


Padre Marcelo Rossi
Momento Certo = Kairós = Tempo de Deus!!!

Mensagem do Dia - Monsenhor Jonas Abib

Deus cercou-nos de anjos

Deus cercou-nos de anjos. Precisamos deles, de sua intercessão, eles lutam ao nosso lado. Em nosso trabalho, grupos e família, Deus colocou vários anjos para nos proteger. Mas, infelizmente, queremos lutar sozinhos e, assim como existem miríades de anjos, há de demônios espalhados pelos ares (cf. Efésios 2,2; 6, 12), por isso sozinhos não os conseguiremos vencer.
Por sermos do Senhor, nós nos tornamos alvos do inimigo de Deus, por isso necessitamos dos anjos. Este é o dia de nos unirmos a eles, buscando sua presença e ajuda. Você, seu filho, seu casamento, sua família, seu trabalho e seu apostolado precisam da intercessão e proteção desses seres celestes.
É uma verdadeira batalha que os anjos enfrentam para nos ajudar, porque o demônio sabe que pouco tempo lhe resta. É importante que tenhamos essa convicção de que Deus os [anjos] mandou para nos proteger. É uma batalha contra a qual sozinhos não podemos nada.
Obrigado, Senhor, porque os anjos estão conosco! Senhor, aumenta a nossa fé!






Seu irmão
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

Santo do Dia - 29.09.2014



Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael

Com alegria, comemoramos a festa de três Arcanjos neste dia: Miguel, Gabriel e Rafael. A Igreja Católica, guiada pelo Espírito Santo, herdou do Antigo Testamento a devoção a estes amigos, protetores e intercessores que do Céu vêm em nosso socorro pois, como São Paulo, vivemos num constante bom combate. A palavra “Arcanjo” significa “Anjo principal”. E a palavra “Anjo”, por sua vez, significa “mensageiro”.
São Miguel
O nome do Arcanjo Miguel possui um revelador significado em hebraico: “Quem como Deus”. Segundo a Bíblia, ele é um dos sete espíritos assistentes ao Trono do Altíssimo, portanto, um dos grandes príncipes do Céu e ministro de Deus. No Antigo Testamento o profeta Daniel chama São Miguel de príncipe protetor dos judeus, enquanto que, no Novo Testamento ele é o protetor dos filhos de Deus e de sua Igreja, já que até a segunda vinda do Senhor estaremos em luta espiritual contra os vencidos, que querem nos fazer perdedores também. “Houve então um combate no Céu: Miguel e seus anjos combateram contra o dragão. Também o dragão combateu, junto com seus anjos, mas não conseguiu vencer e não se encontrou mais lugar para eles no Céu”. (Apocalipse 12,7-8)
São Gabriel
O nome deste Arcanjo, citado duas vezes nas profecias de Daniel, significa “Força de Deus” ou “Deus é a minha proteção”. É muito conhecido devido a sua singular missão de mensageiro, uma vez que foi ele quem anunciou o nascimento de João Batista e, principalmente, anunciou o maior fato histórico: “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré… O anjo veio à presença de Maria e disse-lhe: ‘Alegra-te, ó tu que tens o favor de Deus’…” a partir daí, São Lucas narra no primeiro capítulo do seu Evangelho como se deu a Encarnação.
São Rafael
Um dos sete espíritos que assistem ao Trono de Deus. Rafael aparece no Antigo Testamento no livro de Tobit. Este arcanjo de nome “Deus curou” ou “Medicina de Deus”, restituiu à vista do piedoso Tobit e nos demonstra que a sua presença, bem como a de Miguel e Gabriel, é discreta, porém, amiga e importante. “Tobias foi à procura de alguém que o pudesse acompanhar e conhecesse bem o caminho. Ao sair, encontrou o anjo Rafael, em pé diante dele, mas não suspeitou que fosse um anjo de Deus” (Tob 5,4).

São Miguel, São Gabriel e São Rafael, rogai por nós!

Homilia Diária - 29.09.2014

Que os Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael intercedam por nós

Os três Arcanjos, que celebramos hoje, nos convidam a refletir sobre o modo como Deus intervém em nossa vida e como nós precisamos desses companheiros para a nossa caminhada!

“Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem” (João 1, 51).

A Igreja nos dá hoje a alegria de celebrar a festa dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. Na verdade, esses arcanjos são os grandes mensageiros da ordem divina, da vontade de Deus para a humanidade. Os anjos são presenças amorosas de Deus na nossa vida e para toda a humanidade! Os três arcanjos, que celebramos hoje, nos convidam a refletir sobre o modo como Deus intervém em nossa vida e como nós precisamos desses companheiros para a nossa caminhada!O primeiro deles é Miguel: “Quem como Deus”, é o grande batalhador e vencedor do maligno e das forças do mal. Nós, que, muitas vezes, vemos o mal triunfar, vencer e entrar em nossa casa, como precisamos da força, da luz, da graça, da intercessão de São Miguel Arcanjo, o grande arcanjo divino, para que ele nos ajude a combater as forças do demônio.Deixe-me dizer a você: onde São Miguel Arcanjo guarda, o inimigo não tem vez nem voz! Ele tem o poder divino, a graça divina para vencer as artimanhas do inimigo, para vencer os deboches do diabo e do inferno; é ele quem nos guarda. Por isso, se quisermos vencer o mal em nossa vida, precisaremos nos tornar amigos de São Miguel Arcanjo e invocar a sua intercessão sobre nós, sobre nossas casas e sobre nossas famílias.O Anjo Gabriel: “A força de Deus” ou o grande comunicador de Deus. É ele quem revela os grandes planos divinos, é ele quem falou para Zacarias sobre o nascimento de João Batista, e é ele quem visitou Maria para anunciar a Boa Nova, que é o nascimento de Jesus Cristo.Muitos males na humanidade, em nossa vida, em nossas convivências, acontecem infelizmente porque faltam e falham as comunicações entre nós. Precisamos primeiro estabelecer a comunicação entre nós e depois deixar que Deus nos comunique o Seu amor, a Sua bondade. E, aonde nós não conseguimos chegar, nós precisamos desse auxílio de São Gabriel. Que Ele realmente nos traga força para comunicar a mensagem de Deus para o mundo!São Rafael: “Deus cura”, a cura de Deus, a proteção de Deus para os males, para as enfermidades, para as doenças, está no Arcanjo São Rafael. Invocado nas grandes epidemias, pandemias, o arcanjo veio ao mundo como poderoso auxílio divino para salvar a humanidade de tantos males.Eu especialmente tenho pedido a São Rafael que ajude a medicina; ilumine os nossos médicos, ilumine os profissionais da saúde, da pesquisas científicas, para que encontrem realmente a cura para tantos males, doenças, que infelizmente atormentam a humanidade, como é o caso do câncer. Como nós precisamos de um avanço na medicina para combater o câncer, para ajudar no tratamento de tantas pessoas que sofrem deste mal!No entanto, nós não podemos pedir a intercessão de Deus só quando alguém aparece enfermo ou doente, não! A humanidade inteira padece de tantos males, doenças, enfermidades e outros “cânceres”. O que nós precisamos é invocar a força de São Rafael, para que venha iluminar a humanidade e trazer a cura de Deus para o meio de nós.Que a proteção dos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael ilumine os nossos caminhos!


Deus abençoe você!









Padre Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova, jornalista e colaborador do Portal Canção Nova.

Liturgia Diária - 29.09.2014


Primeira Leitura (Dn 7,9-10.13-14)   
Leitura da Profecia de Daniel.

9Eu continuava olhando até que foram colocados uns tronos, e um Ancião de muitos dias aí tomou lugar. Sua veste era branca como neve e os cabelos da cabeça, como lã pura; seu trono eram chamas de fogo, e as rodas do trono, como fogo em brasa. 10Derramava-se aí um rio de fogo que nascia diante dele; serviam-no milhares de milhares, e milhões de milhões assistiam-no ao trono; foi instalado o tribunal e os livros foram abertos. 13Continuei insistindo na visão noturna, e eis que, entre as nuvens do céu, vinha um como filho de homem, aproximando-se do Ancião de muitos dias, e foi conduzido à sua presença. 14Foram-lhe dados poder, glória e realeza e todos os povos, nações e línguas o serviam: seu poder é um poder eterno que não lhe será tirado, e seu reino, um reino que não se dissolverá.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus!

Ou (escolhe-se uma das leituras)

Primeira Leitura (Ap 12,7-12a)   
Leitura do Apocalipse de São João.

7Houve uma batalha no céu: Miguel e seus anjos guerrearam contra o Dragão. O Dragão lutou juntamente com os seus anjos, 8mas foi derrotado, e não se encontrou mais o seu lugar no céu. 9E foi expulso o grande Dragão, a antiga Serpente, que é chamado Diabo e Satanás, o sedutor do mundo inteiro. Ele foi expulso para a terra, e os seus anjos foram expulsos com ele. 10Ouvi então uma voz forte no céu, proclamando: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo. Porque foi expulso o acusador dos nossos irmãos, aquele que os acusava dia e noite diante do nosso Deus. 11Eles venceram o Dragão pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu próprio testemunho, pois não se apegaram à vida, mesmo diante da morte. 12aPor isso, alegra-te, ó céu, e todos os que viveis nele”.

Responsório (Sl 137)   

— Perante os vossos anjos vou cantar-vos, ó Senhor!
— Perante os vossos anjos vou cantar-vos, ó Senhor!

— Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me.
— Eu agradeço o vosso amor, vossa verdade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma.
— Os reis de toda a terra hão de louvar-vos, quando ouvirem, ó Senhor, vossa promessa. Hão de cantar vossos caminhos e dirão: “como a glória do Senhor é grandiosa!”

Evangelho (Jo 1,47-51)   

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 47Jesus viu Natanael que vinha para ele e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel”. 50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: “Eu te vi debaixo da figueira? Coisas maiores que esta verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade eu vos digo: Vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.

sábado, 27 de setembro de 2014

Mensagem - Prof. Felipe Aquino


Como ler a Bíblia?

Devemos compreender que a Bíblia é a Palavra de Deus escrita para os homens e pelos homens; logo, ela apresenta duas faces: a divina e a humana. Logo, para poder interpretá-la bem é necessário o reconhecimento da sua face humana, para depois, compreender a sua mensagem divina.

Não se pode interpretar a Sagrada Escritura só em nome da “mística”, pois muitas vezes podemos ser levados por ideias religiosas pré-concebidas, ou mesmo podemos cair no subjetivismo. Por outro lado, não se pode querer usar apenas os critérios científicos (linguística, arqueologia, história, …); é necessário, após o exame científico do texto, buscar o sentido teológico.

A Bíblia não é um livro caído do céu, ela não foi ditada mecanicamente por Deus e escrita pelo autor bíblico (=hagiógrafo), mas é um Livro que passou pela mente de judeus e gregos, numa faixa de tempo que vai do séc. XIV aC. ao século I dC. É por causa disto que é necessário usar uma tradução feita a partir de originais e com seguros critérios científicos.

Os escritos bíblicos foram inspirados a certos homens; isto é, o Espírito Santo iluminou a mente do hagiógrafo a fim de que ele, com sua cultura religiosa e profana, pudesse transmitir uma mensagem fiel à vontade de Deus. A Bíblia é portanto um livro humano-divino, todo de Deus e todo do homem, transmite o pensamento de Deus, mas de forma humana. É como o Verbo encarnado, Deus e homem verdadeiro.  É importante dizer que a inspiração bíblica é estritamente religiosa; isto é, não devemos querer buscar verdades científicas na Bíblia, mas verdades religiosas, que ultrapassam a razão humana: o plano da salvação do mundo, a sua criação, o sentido do homem, do trabalho, da vida, da morte, etc.

Não há oposição entre a Bíblia e as ciências naturais; ao contrário, os exegetas (estudiosos da Bíblia) usam das línguas antigas, da história, da arqueologia e outras ciências para poderem compreender melhor o que os autores sagrados quiseram nos transmitir.

Mas é preciso ficar claro que a revelação de Deus através da Bíblia não tem uma garantia científica de tudo o que nela está escrito. É inútil pedir à Bíblia uma explicação dos seis dias da criação, ou da maneira como podiam falar os animais, como no caso da jumenta de Balaão. Esses fatos não são  revelações, mas tradições que o autor sagrado usou para se expressar.

A própria história contida na Bíblia não deve ser tomada como científica. O que importa é a “verdade religiosa” que Deus quis revelar, e que às vezes é apresentada embutida em uma parábola, ou outra figura de linguagem.

O mais importante é entender que a verdadeira leitura bíblica deve sempre ter em vista a finalidade principal de toda a Sagrada Escritura que é a de anunciar Jesus Cristo e dar  testemunho de sua pessoa. Para aqueles que viviam no Antigo Testamento, se tratava apenas de um Salvador desconhecido, que viria. Mas para nós, se trata do Salvador que “habitou no meio de nós”, e que ressuscitado está no meio de nós até o fim dos tempos, quando voltará visível e glorioso para encerrar a história.

Por ser Palavra de Deus, a Bíblia nunca fica velha, nem caduca; ela fala-nos hoje como para além dos séculos.

Cristo é o centro da Sagrada Escritura. O Antigo Testamento o anuncia em figuras e na esperança; o Novo Testamento o apresenta como modelo vivo.

O Catecismo nos ensina que “Deus, na condescendência de sua bondade, para revelar-se aos homens, fala-lhes em palavras humanas” (§101).

“Através de todas as palavras da Sagrada Escritura, Deus pronuncia uma só Palavra, seu Verbo único, no qual se expressa por inteiro” (§102).

“Com efeito, as palavras de Deus, expressas por linguagem humana, tal como outrora o Verbo do Pai Eterno, havendo assumido a carne da fraqueza humana, se fez semelhante aos homens” (Dei Verbum,13).


Santo Agostinho ensinava que:

“É uma mesma Palavra de Deus que se ouve em todas as Escrituras, é um mesmo Verbo que ressoa na boca de todos os escritores sagrados, ele que, sendo no início Deus, junto de Deus, não tem necessidade de sílabas, por não estar submetido ao tempo”(Salmos 103,4,1).

Somente as palavras originais com as quais a Bíblia foi escrita (hebraico, aramaico e grego) foram inspiradas; as traduções não gozam do mesmo carisma da inspiração; é por isso que a Igreja sempre teve muito cuidado com as traduções, pois podem conter algum sentido que não foi da vontade do autor e de Deus. As traduções devem ser fiéis aos originais; e isto não é fácil.





Prof. Felipe Aquino