A nossa oração tem de ser sempre assim para exaltar o coração de Deus,
para repartir o Pai que temos, o pão que Ele nos dá com os outros
“Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus discípulos” (Lucas 11,1).
Muitos discípulos de Jesus se aproximam d’Ele e fazem um dos pedidos
mais importantes dentre tantos que Ele escutou: “Senhor, ensina-nos como
devemos rezar!”.
Na verdade, até queremos rezar, temos vontade
de rezar, porém não sabemos como...Quantas vezes você já chegou na
igreja ou na capela e disse: “Meu Deus, como irei rezar? Como posso
falar com Deus?”.
Mas quem nos ensina a rezar é o próprio Senhor!
Pensamos que, para rezar, existe uma fórmula que se transforma numa
oração escrita para rezarmos todos os dias.
A oração do 'Pai
Nosso' é a oração mais bela, mais profunda, porque é a oração que o
próprio Senhor nos ensinou. No entanto, o Pai Nosso, é antes de tudo, um
modo de nos relacionarmos com Deus. Veja bem: primeiro a oração nos
ensina a chamar Deus de ‘Pai’. O nosso relacionamento com Deus é de
filho para com o Pai, não é de escravo para com o senhor ou de uma pobre
criatura com um Deus distante e desconhecido.
É intimidade e
proximidade. “Ele é meu pai!”. É belo demais nos dirigirmos a Ele! A
importância é de que, primeiramente, tomemos consciência de que somos
filhos e não somos filhos distantes; só somos distantes porque às vezes
nós mesmos mantemo-nos assim.
Deus está tão próximo de nós que
podemos chamá-Lo de Pai! Jesus O chamava: “Meu Pai! Aba Pai!”.Aprendemos
também na oração, que ela não pode ser egoísta. Às vezes a criança diz:
“O pai é só meu!”, “A mãe é só minha!”.
Mas Deus é Pai de cada
um de nós e, por Ele, nós louvamos, glorificamos, santificamos e
respeitamos o nome d’Aquele que é nosso Pai e pedimos: “Pai, que o Seu
Reino esteja aqui presente, esteja acontecendo no meio de nós! Que o Seu
nome seja santificado!”.
Pedimos também ao Pai que nos dê o pão
de cada dia, mas não é um pão só para mim ou para minha família. É o pão
nosso. Por isso, se o Pai é para todos, o pão que temos também é para
ser dividido com todos.É um erro quando a pessoa reza para que não falte
nada em sua casa e pede: “Pai Nosso, dê o sustento para minha família,
para minha casa!”. Tudo o que Deus nos dá, tudo o que temos em nossa
casa é para repartirmos com aqueles que não têm.
Tome cuidado com
o erro da ignorância humana, que acredita que a providência de Deus é
Ele providenciar para mim e ao outro não, porque Ele não providenciou. É
um erro grotesco de nossa parte, é uma ilusão do egoísmo e da soberba
humana acharmos que aquilo que adquirimos é só para nós. “É fruto do meu
trabalho! É fruto do meu esforço!”.
Você não pediu para o Pai te
dar o pão? Você não pediu ao Pai para abençoar tudo que você tem? Este
seu Pai, é Pai de todos nós. Por isso, não é justo nem sensato o filho
que só pensa em si e não é capaz de repartir o que tem com os outros.
Não posso pensar que uma pessoa que tem a mesa farta para comer é capaz
de desperdiçar comida, jogá-la fora e não lembrar de repartir tudo o
que tem com aqueles que nada tem. Oração mal rezada é fruto de um
egoísmo e se torna uma oração não vivenciada.
Reze: “Pai, perdoa
os nossos pecados e nossas ofensas, porque assim também nos
comprometemos a perdoar a quem tenha nos ofendido e, por favor, meu Pai,
não nos deixeis cair na tentação”.
A nossa oração tem de ser
sempre assim para exaltar o coração de Deus, para repartir o Pai que
temos, o pão que Ele nos dá com os outros.
Que Deus nos proteja, que nos livre de todo o mal e nos guarde sempre em Seu coração!
Deus abençoe você!
Pe. Roger Araújo
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
Sacerdote da Comunidade Canção Nova.
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