Contas a pagar, empréstimos e dívidas são temas para o diálogo financeiro do casal
Falar sobre dinheiro não é fácil, e muito se fala sobre o tema!
Dinheiro traz felicidade? Dizem que basta colocá-lo entre amigos e a
amizade acaba. Alguns falam: “Em casa, quem manda no dinheiro sou eu!”.
Outros dizem que detestam fazer contas e deixam tudo a cargo do cônjuge.
Afinal, como as finanças do casal devem ser tratadas? Quem deveria
controlar as finanças? Quem deveria submeter-se a esse controle? O casal
pode se fortalecer ao falar sobre dinheiro? Contas a pagar, empréstimos
e dívidas, são temas importantes para o diálogo financeiro do casal.
A harmonia conjugal é um assunto vasto e se expande por muitas áreas.
No tocante à questão financeira, pode-se verificar que casais,
especialmente em tempos de crise econômica, têm enfrentado desafios,
seja por causa de dívidas, desemprego, empréstimos, perda do poder de
compra ou sonhos deixados para trás. Dinheiro não traz felicidade,
somente prazer. O que podemos é utilizá-lo como meio, nunca como fim em
si mesmo.
Falemos de alguns pontos que favorecem a harmonia financeira do casal:
1. Conhecer a história financeira
“Cada cabeça, uma sentença” diz o ditado. Cada pessoa, uma história,
uma experiência. É importante conhecer a fundo a história do cônjuge e
de sua família. Histórias financeiras, sociais, desafios vividos, forma
de como os país lidavam com o dinheiro. Pode parecer simples, mas alguns
casais enfrentam dificuldades. Atritos no relacionamento, quando o
assunto é dinheiro, pode ter várias raízes. Uma delas, com frequência,
pode ser a divergências de pensamentos, ideias, objetivos, modo de ver a
vida. Cada um, na sua individualidade, traz uma história consigo. Cada
família tem sua forma própria de lidar com dinheiro, salário, gastos e
cartão de crédito. Muitas vezes, os cônjuges vieram de classes sociais
diferentes, por isso é preciso conhecer bem para relacionar-se bem. O
diálogo financeiro harmonioso parte da aceitação e compreensão da
história financeira do cônjuge com seus pais e irmãos. Nesse ponto,
talvez seja preciso abrir mão de querer fazer do jeito que aprendeu,
para fazer de um novo jeito, o jeito que o casal, em harmonia, deseja
construir. Chega-se a um novo patamar: a vida financeira nova que
constroem em conjunto.
2. Não procurar o culpado
Nunca procure o culpado da história! Sempre que acontecerem percalços
financeiros, busque ser compreensivo. Esquecimentos acontecem. Quem
nunca errou uma conta na cabeça ou esqueceu uma data de pagamento? Ou
mesmo um presente de aniversário ou de casamento para um amigo? Não
apontar os erros do outro pode ser um segredo valioso. O mais importante
é assumir como casal as consequências das decisões, sejam elas
acertadas ou equivocadas.
3. Sonhar juntos
O casal que não tem sonhos precisa retomá-los urgentemente. Sonhar
faz parte do casamento. Sonhar em ter uma casa, trocar o carro, pagar a
faculdade para os filhos. Isso é norma, válido e muito saudável. O
principal é sonhar como casal. O segundo ponto é entender que sonhar é
ter metas, as quais exigem escolher um sonho e abrir mão de outro. Não
dá para alcançar tudo ao mesmo tempo.
4. Mãos à obra
Depois de sonhar, é preciso estabelecer metas financeiras. Quanto
precisamos economizar por mês? Por quanto tempo? Do que iremos abrir
mão? Quanto nos custará? Vale a penas deixar de consumir um pouco hoje
para ter algum conforto no futuro? São perguntas a serem respondidas em
conjunto. Às vezes, o casal pode verificar que não há como abrir mão de
alguns confortos/prazeres a curto prazo, e preferem adiar o sonho. É
importante, então, ter a clareza de ter feito escolhas. O que não pode
acontecer é deixar o tempo passar, “levar com a barriga”. Ainda mais em
tempos de crise econômica, quando é preciso que o casal tenha bem claro
qual é o seu objetivo.
Dinheiro não traz felicidade, mas pode trazer conflitos. No
casamento, o diálogo financeiro harmonioso pode se transformar em
crescimento mútuo e conhecimento ainda mais profundo do outro. Não se
deixar envolver numa busca pelo culpado pode ser até mesmo a solução
para brigas e desentendimentos. Sonhar faz parte do casamento, e faz um
bem enorme ao casal! Trabalhar em conjunto, fazer metas, dar risadas dos
erros do passado, digitar na planilha o orçamento familiar e fazer
disso motivo de diálogo e comunhão. Dinheiro é apenas um meio, uma
ferramenta que o casal utiliza e depois guarda no armário. O amor é o
cerne do casamento e está acima, muito acima das questões financeiras!
Deus abençoe seu casamento, Deus abençoe suas finanças e seu diálogo
financeiro.
Bruno Cunha
Bruno Nascimento Vieira da Cunha
Economista
Economista
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